Em casa

Bem, acabou que não pude mais atualizar o blog, porque em Praga percebi que era impossível usar o teclado, já que cada tecla podia usar 4 dígitos diferentes. Então. depois de conseguir 4 horas em um vôo que durou 12 e tomar um longo banho, continuarei a relatar a viagem.
Dia 21 fui a Nürnberg. Conheci o Kaiserburg, castelo imperial. Depois fui à igreja de St Sebald, e a guia nos falou pra esperar dar meio-dia para ver os apóstolos rodando na janela. Acho que o divertido mesmo é ver todas aquelas pessoas se apertando na praça e fazendo cara de imbecil pra ver uma coisa menor que o quadro da Mona Lisa. Depois a guia nos levou pra comer a refeição mais nogenta da minha vida: salsichas brancas, em que metade delas era pimenta e repolho fedorento. Fui salva por um restaurante que parece fazer bastante sucesso no leste europeu. Não sei se vocês conhecem, mas o símbolo dele é um grande M amarelo... E esse dia foi o mais bizarro da viagem, por mais coisas. Chegando ao hotel em Praga, toda hora aparece um cara de toalha, que sai do quarto e fica olhando pra gente. Okay, um pouco estranho. Descemos ao restaurante para jantar e vejo a minha avó, uma senhora de 67 anos, que de velhinha simpática não tem nada, tomando cerveja! Cerveja! E eu, a própria Lady Trash tive que me contentar em provar. Por pouco não respondo a pergunta da minha mãe (É boa?) que prefiro a Brahma. Mais tarde, aparece a guia pra falar do nosso programa de amanhã. Bem, não tinha descrito a guia, então aí vai: Ela é bem gordinha, usa roupas folgadas, tem o cabelo bem curtinho, com um mecha verde e um jeito não muito feminino. Mas enfim, quando ela sai de perto, meu avô pergunta: "Quem é esse cara?"
No dia seguinte, temos o city tour por Praga. Nossa, a cidade é maravilhosa, mas não tanto quanto Viena. Bem, como eu já estou em casa e a tarde vou colocar as fotos dos pontos turísticos no orkut, vou reduzir a descrição do dia à pérola que a minha avó mandou: Ela falou seriamente que cerveja tinha vitamina.
Dia 23, fui a Karlovy Vary, uma cidade bonitinha, mas tudo era tão caro. Lá foi filmado o filme do 007 e tem umas fontes termais e acho que isso é suficiente para descrever a cidade. No dia 24, conheci Dresden, uma cidade que foi destruída depois da 2a. Guerra Mundial. Na verdade, não conheci, já que tínhamos deixado a guia foda, e daí só tivemos guias ruins. A guia dessa cidade simplesmente largou a gente no centro por 2 duas horas e falou para que fôssemos na pinacoteca. Não fomos. Depois de Dresden, fomos a Berlin e naquele dia só deu pra fazer o tour noturno. Berlin tem poucos pontos turísticos, o Parlamento, Brandenburger Tor, o Portão de Brandenburgo, o Monumento ao Holocausto, a Torre de TV (um grande restaurante, em que não chegamos a subir porque a fila era muito grande e os guias de lá não se interessaram em levar a gente) e o Checkpoint Charlie, o ponto em que dividiram Berlin entre os soviéticos e os americanos.
Nosso hotel ficava dentro da Alexanderplatz, Praça de Alexandre, uma praça turística de um lado. E do outro... Só descobri ontem a parte realmente interessante de Berlin. Interessante, porque às vezes é muito mais legal observar o povo in natura do que monumentos e igrejas e tal. Infelizmente, estava sem a câmera, mas tentem visualizar: É uma praça enorme com um chafariz gigantesco, em que as pessoas podem caminhar entre os esguichos. Até aí, tudo bem, mas ontem fazia um calor horroroso e algumas pessoas colocavam o pé dentro da água. Algumas pessoas lavavam o cachorro dentro da água. Algumas pessoas mergulhavam na água. E algumas pessoas BEBIAM a água. Mas não era só isso. As pessoas vestidas também eram uma atração à parte. Posso dizer que o meu cabelo, essa coisa sem formato nem cor definida parecia comportadinho comparado ao penteado das pessoas em volta. Até as pessoas normais usavam o cabelo de pelo menos duas cores, mas o mais interessante mesmo foi um grupo de emos e grunges que estavam no banco ao lado. A cena que mais marcu foi quando duas garotas jogaram uma terceira emo gordona no chão, e montaram, SIM, MONTARAM, na garota enquanto ela gritava. Enquanto isso passava um casal de punks, um garoto de moicano verde e uma garota de cabelo rosa e azul que olharam com cara de fúria pra eles. Sim, isso é Berlin.
E, para fechar o circo dos horrores que é a minha família, quando estávamos no avião para voltar, meu pai me conta que a minha avó estava tentando levar 3 picolés da Häagen-Dazs (não sei escrever mesmo) que deram no vôo para casa dentro da bolsa. Como se isso não fosse nonsense o bastante, meu pai me pergunta, quando o avião está pousando: "Devo desligar o celular agora?". Meu Deus, eu já viajei zilhões de vezes e agora eu vejo o quanto perigo eu enfrentei.


* A igreja dos apóstolos é a Catedral de St Vito, mas dane-se.